sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Stopping Power

O “poder de parada” ainda é um conceito muito recente. Não se levava em conta o stopping power quando a fabricação de um calibre quando se usava pólvora negra, até o final do século XIX, pois até aquele período o mais importante era a confiabilidade da arma de fogo. Somente com o surgimento da pólvora sem fumaça, e conseqüente surgimento de armas mais potentes e compactas, aprimorou-se no estudo de características até então desconhecidas.
Em batalhas ocorridas nas Filipinas, o Exército Norte Americano percebeu a deficiência do .38 Long Colt, visto que os nativos eram resistentes a vários disparos desse calibre antes serem postos fora de combate.
O surgimento dabala dundun se deu pela grande resistência dos indianos que mesmo depois de atingidos vária vezes, enfrentavam os ingleses bravamente. No início era só mais um calibre para armas longas, e o título teve origem no nome da província onde estava o arsenal inglês, província Dum-dum.
Os projéteis hollow points, ou pontas oca, surgiram nesses testes em Dum-dum. Não eram como os hollow points que há hoje, mas de chumbo na totalidade ou jaquetados.
Em 1903 a comissão Thompsom analisou nos EUA como por fora de combate indivíduos como os de Filipinas. Graças a essa comissão, foi adotado o calibre .45 ACP para armas curtas militares.
Os resultados efetivos como se tem hoje nunca foram obtidos por métodos teóricos, mas de estudos empíricos. Hoje se usa a estatística dos “combates”, mas antigamente eram usados cadáveres humanos para observação dos efeitos como mobilidade e fratura óssea, em bovinos observava-se o poder de incapacitação. Como os projéteis “ponta oca” ainda não eram usuais, os teste eram basicamente com projéteis ogivais.
O resultados não apresentaram um relatório conclusivo, até mesmo porque na época não se fazia uso de dados estatísticos, apenas referenciou o que parecia obvio para o período, calibres mais pesados eram superiores. Hoje sabemos que não é bem assim. No entanto se chegou a uma boa conclusão a outro respeito, o tempo de ação que o calibre efetuava sua dinâmica no oponente era decisivo.
No final da década de 20, o General Julian S. Hatcher, baseados nos resultados da comissão Thompson, também realizou estudos. Afirmando que um projétil lento e pesado teria maior poder de incapacitar o oponente do que um leve e veloz.
O estudo digno de nota foi realizado pelo Coronel Chalberlin, em 1930. Foi realizado com cabras por ter estrutura mineral óssea parecida com a do ser humano. Nesse estudo não foi observado ainda o stopping power, pois as cabras eram anestesiadas, contudo importantes conclusões foram relatadas:
Após a entrada do projétil, se esse não segue de modo retilíneo, mas rola nos tecidos, aumenta a cavidade;
Fragmento de ossos estilhaçados poderia provocar lesões distantes da trajetória do projétil;
O movimento dos fluidos internos do corpo provocava lesões em todas as direções.
O médico militar de nome Flacker, por intermédio de necrópsias em pessoas atingidas por projéteis de armas de fogo, também analisou o assunto, concluindo que projéteis mais pesados teria maior penetração e maior lesão de tecidos. Hoje é sabido que há uma cavidade temporária provocada pelo tombamento de alguns projéteis, e isso não foi analisado na época.
Um policial norte-americano de nome Fairburn também realizou estudos que concluíram o melhor poder de parada para o .357 Magnum e que o .38 SPL somente parava o oponente em 25% dos confrontos.